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Reconheçamos: Luciana foi a verdadeira protagonista de ‘Viver a Vida’ e poderia muito bem ter sido a Helena dessa novela

  • Foto do escritor: Geovanne Solamini
    Geovanne Solamini
  • 20 de mar.
  • 3 min de leitura

A personagem vivida por Alinne Moraes na trama de Manoel Carlos se destacou com sua trama de superação e roubou a cena ao protagonizar boa parte da trama, fazendo às vezes de uma Helena 

Alinne Moraes em Viver a Vida
Foto: Reprodução/Globo

Sim, Luciana (Alinne Moraes) poderia muito bem ter sido a Helena de ‘Viver a Vida’ (2009). Isso se constata agora, com o término da reprise da novela no Canal VIVA, que chega ao fim nesta sexta-feira (21) – reprise essa que proporcionou ao público novas percepções sobre a história. 


É verdade que a Helena de Taís Araújo não é unanimidade entre o público, embora, agora, ela possa ter sido inocentada de toda a culpa que carregou pelo fracasso da trama de Manoel Carlos, mas ficou à cargo de Luciana ser a protagonista moral da novela. Afinal, foi a sua trama que mais se destacou. 


Ela começa a novela sendo nada mais que uma espécie de antagonista de Helena, algo que já seria interessante por se tratarem de duas atrizes mais jovens em papéis de destaques na novela. No entanto, a personagem foi crescendo e transformada em uma das mais importantes, sobretudo após o fatídico acidente de ônibus em Petra, na Jordânia, o qual lhe deixou tetraplégica. 


Por muitas vezes, a partir desse acontecimento marcante na novela, o roteiro se concentrou mais nela do que na própria Helena – a protagonista que foi coadjuvante – e, também, considerada a antagonista da então mocinha. Aliás, não é exagero dizer que os papéis nesse sentido foram subjetivamente trocados com a culpa pela fatalidade atrelada à Helena. 


Muito bem. Mesmo assim, coube à ela representar o papel de maior destaque na abordagem do merchandising social de ‘Viver a Vida’, algo que foi muito bem feito, embora fosse através de uma ótica de uma pessoa rica, com toda uma rede de apoio e possibilidades que melhorassem a sua qualidade de vida na condição de uma pessoa agora cadeirante. 


Alinne mandou muito bem ao interpretar uma pessoa portadora de deficiência física, em uma composição impecável que passou muita verdade em tudo o que foi mostrado. Parecia, realmente, que a atriz era uma pessoa nessa condição. Um belíssimo trabalho que merece seu reconhecimento. 


Por muitas vezes suas cenas eram comoventes. Não por transmitirem pena ou dó, mas, sim, por despertarem uma legítima torcida do público pela personagem. Eu mesmo torci muito. Nesse sentido, se destacam as inúmeras sequências com sua mãe, Teresa (Lilia Cabral), onde o texto inspirado de Maneco fazia de uma cena simples, uma grande emoção. A relação das duas é linda. 


Tudo isso contribuiu para que ela deixasse de ser aquela mulher mimada e cheia de caprichos para se tornar uma mulher forte, determinada em reconstituir a sua vida. Isso fez com que ela amadurecesse em todos os sentidos, redenção essa que só a beneficiou e melhorou sua relação com seus próximos. 


Além disso tudo, acabou em meio a um triângulo amoroso com os gêmeos Jorge e Miguel (Mateus Solano), descobrindo-se realmente apaixonada por Miguel, que a acompanhou com muito cuidado e carinho em todo esse tempo – e foi o terror de Ingrid (Natália do Vale), sua sogra e pessoa que mais torceu contra o relacionamento dos dois devido aos seus preconceitos capacitistas somados à superproteção doentia que tinha pelos seus dois filhos. Mas, o amor dos dois acabou sendo mais forte, ainda bem!


A construção da relação de Luciana e Miguel foi sublime. Como não torcer pelos dois? Impossível! Foi um amor puro, quase que um conto de fadas, como foi a cerimônia de casamento e a lua de mel em Paris. Eles são um casal que fazem a gente ainda acreditar no amor…


Portanto, ao invés de Taís Araújo ou Lília Cabral, neste caso, considero que Alinne Moraes deveria ter sido escolhida para ser a Helena de ‘Viver a Vida’, sim. Imagina? Uma Helena que fosse a portadora do merchandising social, desempenhando tamanha representatividade e conscientização…  Seria, de fato, uma Helena diferente das demais e, sem dúvida, uma das melhores. 


Uma vez que a proposta da novela era ter uma protagonista mais jovem, modelo e independente, ela se enquadraria perfeitamente no perfil da personagem, além de ter, na época, um devido destaque em novelas como ‘Mulheres Apaixonadas’ (2003) e ‘Duas Caras’ (2007). Foi um lindo trabalho! 


© Copyright - Geovanne Solamini
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